sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

MÚSICA DE SANTARÉM


CANTO DE VÁRZEA

As faces reluzentes da música santarena são a história de um povo que teve uma formação de arte advinda da erudição que baliza os artistas incentivando-os a produção nos campos diversos da arte, Santarém tem sim uma produção musical que se destaca pela sua maneira de como os compositores e divinos músicos tratam seus versos e suas melodias.

Maestro Isoca, Sebastião Tapajós, Beto Paixão, são pérolas de uma constelação de rara luminosidade, uns mais reluzentes outros mais grandiosos. Terra do poeta Ruy Barata estrela dos versos mais nobres da musicalidade amazônica. Um grande universo de experimentos e achados musicais que traduz bem a cara do nosso povo.

Devemos nos orgulhar, o movimento Canto de Várzea que hoje documenta uma parte importante da história da música do Norte deve ser compreendido como alicerce musical contemporâneo, nas vertentes do imaginário amazônico, onde o homem busca suas questões mais simples em forma de poesia e música para despertar algo que nos parece adormecido.

Um dos estágios da música do Tapajós vem do cinema mudo com Wilson Fonseca, o clássico com Sebastião Tapajós até encontrar o poeta dos lagos e dos igapós Ruy Barata. Este traz consigo uma floresta de canções onde encontramos Beto Paixão, sem jamais podermos esquecer dos Fonas, Siritheaus, Pedro Santos, Laudelino Silva, Machadinho, e uma canoa grande de cantadores do porto dos dois rios.

Penso que o Canto de Várzea se destaca pela percepção do verso caboclo, qual a poesia já questiona e já desperta uma nova perspectiva do mundo ao nosso redor, pra onde foi isso, aquilo, o cinema, a felicidade a partir das coisas que possuímos, sem muito sonhar com outras que poderão chagar, essa grande angular do movimento musical Canto de Várzea é extremamente construtivo no ponto de vista mais criativo e nas faces da musicalidade universal.

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